A Escola de Música de Perosinho

 

Para se perceber o que deu origem à conceção e elaboração deste Projeto Educativo, é necessário recuar ao passado: a instituição a que pertence a Escola de Música de Perosinho é o Grupo Musical da Mocidade Perosinhense (GMMP). O GMMP é uma Associação sem Fins Lucrativos, detentora do estatuto de Utilidade Pública, e dedicada a atividades ligadas à formação, cultura e recreio, nomeadamente através da manutenção de uma tuna e de um coro polifónico. Desde a sua fundação (em 1925), esta instituição dedicava-se ao ensino de música, mas de carácter totalmente amador. O maestro da Tuna (orquestra amadora) era também o responsável pelo ensino de todos, ou quase todos, os instrumentos e o principal objetivo era a inserção dos instrumentistas na Tuna. Apesar deste tipo de ensino amador, característico de todas as Tunas da região, destas escolas saíram várias pessoas que, mais tarde, se tornaram músicos profissionais. Nesta altura, esta era “a escola da Tuna”.

Como sinal da evolução dos tempos, o tipo de ensino ministrado tornou-se ultrapassado, pouco eficaz e, principalmente, desmotivador; isto aconteceu também porque as tradicionais tunas foram perdendo importância pelo tipo de atividade que mantinham (missas, procissões, etc.).

Em 1996 uma nova Direção tomou consciência da importância da mudança de paradigma de ação e começou a convidar, para o seu corpo docente, professores com formação académica, que foram substituindo o sistema antigo. Esta transição foi feita de uma forma gradual, não se tendo notado um corte radical com o passado, mas uma evolução dos seus métodos pedagógicos e, acima de tudo, numa relação professor/aluno mais próxima e significativa. Como resultado desta mudança de filosofia, os professores, apoiados pela Direção do Grupo Musical da Mocidade Perosinhense que mais tarde foi eleita com o objetivo principal de levar a escola à oficialização e paralelismo pedagógico.

A partir desta data, e definidas as prioridades, as direções pedagógica e administrativa iniciaram um caminho que culminaria com a Autorização Provisória de Funcionamento e Paralelismo Pedagógico da Escola de Música de Perosinho (EMP). As instalações foram construídas com financiamento da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.

Em Outubro de 2000, a Direção Regional de Educação do Norte (DREN) deu Autorização de Funcionamento e Paralelismo Pedagógico aos cursos básicos ministrados então: Flauta Transversal; Clarinete; Trompete; Piano; Viola Dedilhada; Violino; Violeta e Violoncelo.

No ano letivo 2003/2004, com a conclusão de obras de ampliação, consegue-se também a Autorização de Funcionamento e Paralelismo Pedagógico para os Cursos Secundários. Um grande caminho foi percorrido e, no ano letivo 2015/2016, a Escola de Música de Perosinho ministrava os Cursos Básico e/ou Secundário dos seguintes instrumentos: Flauta Transversal; Flauta de bisel; Clarinete; Oboé; Fagote; Trompa; Trombone; Tuba; Trompete; Saxofone; Piano; Órgão; Acordeão; Canto; Canto Gregoriano; Guitarra; Violino; Violeta; Violoncelo; Contrabaixo; Percussão e Alaúde.

Com a Reforma do Ensino Artístico (2009), o número de alunos da EMP aumentou imenso e de forma rápida, ultrapassando os trezentos alunos. Por essa razão, foi reformulado o organigrama da EMP, passando a uma Direção Pedagógica colegial e criada a valência de Direção Artística. Este novo organigrama foi a melhor forma de dar continuidade à evolução sustentada e credível do PE da escola, chamando novas pessoas a assumir papéis de enorme relevância, aumentando o nível de participação de outras pessoas.