Grupo Musical da Mocidade Perosinhense

GMMP

HISTORIAL


O Grupo Musical da Mocidade Perosinhense é uma Associação sem Fins Lucrativos, criada a 25 de janeiro de 1925, detentora do estatuto de Utilidade Pública e dedicada a atividades ligadas à formação, cultura e recreio.

FUNDAÇÃO

Tinha a República Portuguesa apenas 15 anos quando, em Perosinho, o gosto pela música começou a despertar a vontade pela constituição de uma organização musical. Três jovens perosinhenses – Domingos Brandão, Jacinto Fernandes e José Fragata –, desejosos de se dedicarem à música nos seus tempos livres, fundaram um grupo musical a que, inicialmente, deram o nome de «Tuna Musical da Mocidade Perosinhense».
Para o efeito, arrendaram uma sala numa casa em ruínas, na Quinta de Pousada, e contrataram o músico amador José Castela para dar aulas. Às quartas-feiras e aos sábados, jovens de Perosinho e de freguesias vizinhas afluíam à Quinta para experimentarem a música. Aos poucos, o espaço começou a ser pequeno para as aulas de música. Então, transferiram a «Tuna» para o Cine-Teatro e, algum tempo depois, para uma casa particular, no lugar de Brandariz.
A vontade de crescer dava azo a esforços inimagináveis, para aquela altura. É de realçar a contração de um empréstimo a António Ferreira Brandão para a compra de um contrabaixo, de um violoncelo e de uma bandeira.

MAESTRO JOAQUIM TEIXEIRA “AMIGOS DA MÚSICA”

Um dos momentos históricos da coletividade aconteceu aquando da contratação do maestro Joaquim Teixeira, oriundo de Grijó, que, durante cerca de três décadas – até ao fim da sua vida –, assegurou a direção artística da «Tuna», quer da orquestra quer do coro. Dono de uma forte personalidade, imprimiu regras de trabalho assentes na responsabilidade e no rigor.
Este período coincidiu com o apogeu artístico da associação, sendo de salientar, pelas memórias que ainda hoje suscitam no espírito dos perosinhenses mais velhos, os passeios dos «Amigos da Música». Tratou-se de uma iniciativa ímpar, que reunia sob a batuta do maestro Joaquim Teixeira os quatro grupos que ele regia: as «Tunas» de Anta, Fiães, Grijó e Perosinho.
As quatro «Tunas» organizavam conjuntamente espetáculos musicais em vários pontos do país: de Viana do Castelo a Espinho, de Vila Real a Aveiro, de Barcelos a Anadia, de Viseu a Lisboa, passando por Braga, Guimarães, Cinfães…
Viveram-se momentos que não só escreveram páginas importantes nos historiais de cada uma das coletividades participantes como também constituíram marcos nos locais visitados pelos «Amigos da Música». As populações saíam à rua em peso para (bem) receberem os grupos e as centenas de pessoas que os acompanhavam e partilharem da festa com grande entusiasmo e alegria.

«MESTRE» CAMILO

A partir dos anos 70, a orquestra da «Tuna» passou a ser dirigida pelo maestro António «Camilo», que viria a marcar várias gerações de músicos que passaram pela «Tuna», quer como maestro quer como professor de música. Foi por sua iniciativa, bem como pela do flautista Manuel Claro, que, a dada altura, também lecionava na «Tuna», que se registou a maior entrada de jovens na orquestra da «Tuna». Pela sua dedicação, humildade e competência, o «mestre» Camilo é um dos maiores símbolos da história da coletividade.
Na década de 80, também o coro passou a ter um novo regente, o professor Fernando Baptista, trombonista profissional, que imprimiu aos ensaios métodos de trabalho mais rigorosos.
Aos 62 anos, a «Tuna» obtém, por parte das autoridades portuguesas, um reconhecimento importante: o estatuto de Instituição de Utilidade Pública é concedido, através de um despacho assinado pelo então Primeiro-Ministro Professor Cavaco Silva.

SEDE

A 25 de Junho de 1989, concretiza-se um sonho de várias gerações de perosinhenses: a inauguração de uma sede própria, naquela que, posteriormente, seria batizada de Rua das Colectividades. «Foi o expoente máximo de uma vida ao serviço da cultura amadora. Foi o sentir de uma realidade que antes não passava de um sonho mas que nunca chegou a ser pesadelo, porque quando o homem sonha e tem os pés assentes na terra a obra tem de nascer», diz Manuel Mota, Presidente da Direção à altura da inauguração.
A nova sede só foi possível graças à cedência de terrenos integrantes da Quinta da Pena, a título gratuito, por parte da paróquia, tendo sido preponderantes os empenhos, numa primeira fase, do pároco Joaquim Marques de Oliveira e, posteriormente, do pároco Augusto Baptista, para que tal fosse possível.
Com a ajuda das entidades oficiais e, sobretudo, das gentes de Perosinho, que corresponderam com generosidade aos peditórios feitos porta-a-porta pela «Tuna», foi possível erguer um edifício, ambicioso mas realista, que ao longo do tempo tem-se afirmado e confirmado como uma casa de cultura.